
José Maurício era um Oficial de muito prestígio político e exercia uma grande liderança no seio da tropa graças à sua postura assim como a sua facilidade de expressão e versatilidade. Mas uma marca registrada do Coronel José Maurício era a frequência com que ele empregava expressões pouco usuais, o que lhe conferia um ar de intelectual, muito admirado pelas pessoas do seu convívio. O fato que narramos a seguir, contado pelo Coronel Marcílio Chaves, que na época era Tenente, ilustra bem essa faceta de José Mauricio.
Em 1960 a Polícia Militar ainda fazia uso de transporte de tração animal, ou seja, de carroças puxadas por burros. Um dos carroceiros do Quartel do Comando Geral era um Soldado de origem rural, aspecto rústico e de baixa escolaridade.
Certo dia, depois da formatura matinal no pátio do Quartel, formou-se uma roda de Oficiais em volta do Coronel José Maurício, que era o Comandante Geral, em uma conversa descontraída. O Carroceiro, que era muito “folgado” se dirigiu ao Comandante para se queixar do animal empregado em sua carroça e disse: Coronel, essa burra é muito preguiçosa.
José Maurício se voltou para o Carroceiro e, adaptando uma famosa frase utilizada por Rui Barbosa, disse: "Pouco se me dá que a onagra claudique, o que me apetece é fustigá-la."
Ao ouvi essas palavras os Oficiais se entreolharam como a se perguntar qual o significado daquela expressão. E o Carroceiro saiu de fininho sem nada entender.
Tentando traduzir as palavras de José Maurício “Não me importa que a burra manque, ou não queira trabalhar, o que mi interessa é castigá-la”.
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