A turma nos meios militares tem um sentido muito mais afetivo e informal do que legal. Ela é formada por um conjunto de circunstâncias e de sentimentos que lhe dá forma e duração que ultrapassa o recinto da caserna, se estende aos familiares dos seus componentes e se projeta no tempo além do serviço ativo. É desse tema que trataremos de forma sintética a seguir.
As atividades desenvolvidas pelos policiais militares exigem que na formação desses profissionais sejam treinadas habilidades técnicas e conhecimentos teóricos e doutrinários próprios às funções por eles desenvolvidas, além de treinamentos formais ou informais, destinados a desenvolver valores comportamentais adotados por essas corporações tais como civismo, lealdade, solidariedade e companheirismo.
Em decorrência desses treinamentos surge um fenômeno comum em todas as categorias profissionais, porém fortemente constatado nos meios militares: o sentimento de pertencimento.
Assim, cada turma de policiais militares formados, especializados ou aperfeiçoados forma um grupo de companheiros cuja amizade se prolonga para o resto da vida.
Esse companheirismo resulta do convívio direito de todos do grupo com os sacrifícios necessariamente impostos pelos treinamentos e dos valores morais adotados na corporação, o que ocorre de forma subliminar e condicionante.
Esses sentimentos são de relevante valor em todas as atividades das corporações considerando, sobretudo, a constante necessidade de mútuo apoio, tão frequentes em ações operacionais, assim como na vida social pois a amizade, o carinho, o respeito, e a solidariedade dos integrantes de uma turma se estendem aos grupos familiares, mesmo depois do policial passar para a inatividade.
Portanto, o sentimento de turma é extemporâneo.
Em dias do mês de novembro de 2020 circulou uma pastagem apócrifa, nas redes sociais que retratava esses sentimentos. Tendo em vista o emprego de alguns termos próprios da caserna, muito possivelmente o texto é da autoria de um militar do Exército. Por entender como muito útil para o entendimento e valorização desse importante tema nos meios policiais militares, passamos a publicar essa postagem na integra.

O significado de “TURMA” para os militares.
Para aqueles que não conseguem entender o que significa Turma para um Militar, segue mais racional explicação:
Ser da mesma "Turma" dá orgulho aos companheiros.
Consideramos como uma estranha força, que repousa na origem comum da formação profissional, nas Escolas/Academias/Centros de Formação Militares, e que potencializa os sentimentos de irmandade e fraternidade.
Percebemos que essa outra força vigorosa surge pela própria existência da Turma.
Então, o que é “ A Turma”? Qual o sentido desse valor?
Buscando nos dicionários a definição; do que seria “TURMA”.
Encontramos explicações como: “ um grupo de pessoas que realizam um mesmo trabalho”, ou “bando”, ou “cada um dos grupos de alunos matriculados numa mesma classe ou num mesmo ano escolar ” ou, ainda, “turno”.
Está claro que os editores de dicionários desconhecem o verdadeiro significado do verbete aplicado aos alunos das Escolas Militares.
Para nós, Camaradas de Armas, Turma é muito mais!
Turma é identidade, é símbolo, é comunhão, é analogia.
Turma é... marca registrada!
Turma nos distingue no tempo e no espaço profissional. Coloca-nos na fila dos direitos e dos deveres previstos na Lei.
É ordenação hierárquica que nos faz perder a individualidade e nos abriga na coletividade.
Turma, para nós, é parentesco, é confraria espiritual, é propriedade (minha turma, nossa turma), e, acima de tudo, é referência.
A turma nos reporta a um passado comum, ao fascínio da mocidade, aos sonhos da juventude, às experiências similares, àquela intimidade confidencial, ao compartilhamento das alegrias e tristezas, dos sorrisos e das lágrimas.
Na turma, a gente encontra aqueles que dividiram noites indormidas, crepúsculos radiantes, madrugadas operativas, superações do medo e das incertezas, bem como dividiram o doce sabor do retorno ao final de jornadas duras e extenuantes.
A Nossa Turma é aquela que nos acolhe aonde quer que vamos ou estejamos.
Solidária, ela nos impõe comportamentos e obrigações, mesmo quando já passados os tempos do serviço ativo.
A turma nos iguala a nós mesmos, ainda que possamos estar em circunstâncias diferentes.
Uma realidade incontestável: a turma nos requalifica.
Nela, passamos a ser um número, um nome de guerra, isso quando não somos rebatizados com novo prenome (os apelidos).
A turma teima em contrariar o ciclo da vida, não nos permitindo envelhecimento: a cada encontro, reunião ou comemoração, voltamos a ser jovens, regredimos no tempo!
Por vezes, a Turma nos traz dor e sofrimento quando um irmão parte e nos dá a sensação de perda irreparável
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