A posse de Nixon, como Presidente do Estados Unidos, foi assistida por três Policiais Militares da Paraíba, que estavam em Washington fazendo um Curso promovido por aquele pais. Um fato banal ocorrido naquela ocasião entre os integrantes desse grupo, ficou marcado na lembrança deles, e expressa uma particularidade de um momento importante na história da Policia Militar da Paraíba.
Esse fato é o objeto da crônica a seguir.
A manhã estava muito fria e coberta por um leve nevoeiro na Avenida Pensilvânia, naquela segunda-feira, 8 de janeiro de 1969, Feriado Nacional. Os reluzentes automóveis das forças de segurança, transitavam na direção do Capitólio, com giroflex e buzinas ligadas chamando a atenção do público e dando um clima cinematográfico àquela cena.
Uma multidão se postava nas calçadas, empunhando bandeiras do país, expressando seu patriotismo. Todos na expectativa de ver a passagem da comitiva de Richard Nixon, vinda da Casa Branca e seguindo para o Congresso Nacional, onde ocorreria a posse daquele ilustre político como Presidente dos Estados Unidos. Era uma manifestação cívica impressionante.
Em meio a esse público, em frente a um Restaurante, estava um grupo de Oficiais da Polícia Militar da Paraíba. Eram os jovens Tenentes Hélio Leite, Geraldo Alencar e Ambrósio Agrícola, alunos do Curso Geral de Polícia, promovido pelos Estados Unidos, e Coordenado da USAID.
Esse Curso, ministrado em Espanhol, tinha a duração de três meses e envolvia representantes das Polícias de todo mundo.
O local onde os paraibanos estavam hospedados ficava nas proximidades da Avenida Pensilvânia, assim como dos locais onde eles assistiam aulas do curso. Como os demais integrantes da multidão reunida para prestigiar o novo mandatário do pais, os paraibanos estavam agasalhados de acordo com o rigor da temperatura. Todos com uma luxuosa capa de frio.
Agrícola saiu do Restaurante com um copo descartável de café, e ficou saboreando a deliciosa bebida, enquanto apreciava o movimento entusiasmado da multidão. Concentrado nessa observação, o jovem Oficial, displicentemente, atirou o copo em direção a uma lixeira, que ficava perto do Tenente Geraldo Alencar. O leve descartável bateu na lateral da lixeira e salpicou gotas de café na manga da capa do vaidoso Geraldo Alencar.
Pronto, começou uma confusão. Alencar disse que quando chegassem no Hotel, iria à forra, jogando café na capa de Agrícola. A troca de ameaças foi inevitável.
Ao chegar no Hotel, com a discussão ainda rolando, Hélio, que a tudo assistiu, apaziguou os ânimos, e a amizade do grupo foi restaurada e fortalecida.
Na manhã seguinte, o trio estava vibrando nas instruções da Academia Internacional de Polícia, um dos locais onde o curso foi ministrado.
Hoje, esse lance do café na capa de Alencar, serve apenas para que esses sempre amigos relembrarem aquele relevante momento histórico que eles viveram na terra do Tio Sam.
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Que história interessante. Membros da nossa Briosa Polícia Militar em momentos da história. Marcante realmente.
Pois é amigo. Nossa Corporação de uma história muito rica. Precismaos conhedce-la. Obrigado pelo acesso e peço de compartilhe
Essa crônica, escrita pelo confrade Coronel Batista, traz à tona um momento marcante e singular da história da Polícia Militar da Paraíba, misturando o contexto histórico de um evento grandioso — a posse do presidente Richard Nixon — com a leveza de uma situação cotidiana vivida por três jovens oficiais. Essa narrativa, além de entreter, resgata um aspecto humano e despretensioso das experiências vividas em um cenário tão simbólico quanto a Avenida Pensilvânia. A crônica nos envolve ao descrever o clima solene e patriótico daquela manhã, contrastando com o episódio trivial do café, que humaniza e aproxima os personagens do… Leia Mais »